The Curator's Lab

Fracasso, Amor Próprio, & Crescimento Pessoal

Failure, Self-Love & Personal Growth

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Sabe aquela sensação horrível de ter se esforçado muito pra planejar alguma coisa, achando que está tudo certo, e essa coisa dar super errado? Acho que todo mundo já passou por algo parecido, e é algo que ninguém quer que aconteça. Mas o nosso relacionamento com nossos fracassos diz muito sobre nossa personalidade e nossa percepção de auto-valor, e é algo que vale a pena explorar mais a fundo.

 

Reações imediatas ao fracasso

Eu tenho pensado muito sobre isso de uma semana pra cá. Recentemente tive um evento importante no trabalho que passei meses organizando e que não deu muito certo, e que gerou bastante feedback negativo. Minha reação imediata foi o que eu acho que muita gente também teria: medo, vergonha, e aquela vontade de colocar tudo pra trás o mais rápido possível.

Mas depois dessa onda inicial, eu conscientemente dei um passo pra trás. Eu queria (e precisava!) sentar com esse fracasso, olhar ela no olho, e avaliar ela. Mais do que nada, eu precisava separar o fracasso em si do que eu estava ligando a ela.

Eu me lembrei do processo de design, do qual fracassar é uma parte integral. Tendo estudado design na faculdade e praticado design profissionalmente me ensinou que fracassar não é inerentemente positivo ou negativo. Mas fracassar sempre é uma oportunidade de aprendizado. Conceitualmente isso faz muito sentido—não tanto quando estamos passando por uma situação chata.

 

Fracassos estão em todo lugar—que bom!

Isso é verdade em qualquer indústria ou ramo. O que nós vemos como consumidores é o produto final de um longo processo de criação, testes, refinamentos, e adaptações. Cada produto que chega ao mercado passou por um processo de pesquisa e desenvolvimento, grupos focais, enquetes, etc. Todas as versões que antecedem o produto final podem ser consideradas fracassos, ou podem ser consideradas o que elas realmente são: iterações, explorações criativas, um passo na direção certa. Até algo que não leva diretamente ao produto final pode nos ensinar algo valioso sobre o que não fazer.

Minha visita ao Museu do Louvre algumas semanas atrás também me fez pensar sobre isso, porque o mesmo conceito se aplica ao mundo da arte. No Louvre, é fácil se distrair com obras primas incríveis e achar que os seus criadores foram gênios que pintaram, esculpiram, ou criaram suas peças com facilidade. Mas a verdade é que até os gênios tiveram que aprender e refinar suas habilidades, e cada “fracasso” os trouxe mais perto das obras primas.

A conexão entre fracassar e sentir vergonha ou ficar desencorajado é algo que aprendemos, não algo que temos de nascença. Pense num bebê aprendendo a andar: ele não fica com vergonha ou desistem se não conseguem andar na primeira tentativa! Ele cai, e de maneira muito fofa, se levanta, e tenta de novo até conseguir. Nós somos resilientes e determinados por natureza, e se não fosse esse medo de fracassar, imagina o que cada um de nós não poderia fazer.

Eu tenho tentado muito internalizar o fato de que quando algo que eu faço não dá certo, não significa que eu seja um fracasso. Da mesma maneira, é possível eu ser responsável por coisas que não são necessariamente minha culpa. E tudo bem! Faz parte de ter a confiança de uma equipe ou uma empresa com certos cargos e responsabilidades.

Separar esses conceitos, e escolher ver os fracassos como oportunidades de aprendizado são maneiras saudáveis de praticar o amor próprio e crescer como pessoa. Ter a mentalidade do design thinking no trabalho e na vida me ajuda imensamente nisso, e é algo que eu tenho compartilhar com qualquer pessoa que esteja passando por algo parecido.

Voltando ao evento que eu mencionei antes, eu fiquei muito feliz que a minha equipe viu a situação da mesma maneira que eu. Meus supervisores foram super graciosos na maneira em que eles compartilharam o feedback negativo que a gente recebeu, reconheceram que muito do que aconteceu estava fora do meu controle, e me encorajaram a pensar no que eu faria diferente se eu fosse organizar esse evento de novo. Foi um alívio!

Isso me fez perceber que o meu maior medo não era o evento não ser um sucesso, mas sim como isso afetaria a minha equipe e a percepção do meu trabalho. Foi um momento esclarecedor pra mim, e eu tenho tentado explorar mais o meu relacionamento com o fracasso desde então.

 

Como que você lida com o fracasso? Qual foi um fracasso que fez com que você crescesse e aprendesse? Compartilhe a sua história—vamos celebrar o nosso crescimento!

 

 

Stay curious,
Nati
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